sexta-feira, 4 de maio de 2012

Coisa




 Num desses dias que não sabemos o motivo, Zé entrou em casa, cabisbaixo e quieto. Sentou-se no sofá e retirou os sapatos descansando os pés sôfregos por causa do dia inédito dos que vivera até aqui.
­– Mas o que foi aquilo? – Perguntava-se José assentado e olhando o nada, ou quem sabe sua memória.
Ainda empalidecido o telefone toca, e com um susto daqueles coloca a mão no peito sem saber quem era. Passa a mão na cabeça e atende.
 – Alô? – José atende ao telefone com um olhar fixo. A outra voz no telefone diz algo a ele que o deixa ainda mais estranho. Depois de um tempo desliga o telefone, levanta-se e vai em direção à geladeira.
Morde os lábios e vai passando os olhos procurando algo para beber. Durante cinco minutos ficou parado, pois o que lhe atormentava havia roubado aquele momento. Já não sabia o que procurava, então fechou a geladeira.
Decidiu ir ao banheiro, tirou as roupas e quando foi entrando no chuveiro a água quente foi caindo sobre a pele e pensou ele que coisa estranha era tudo aquilo! A “coisa” que acontecera tomara todo pensamento e se passaram aproximadamente meia hora sem que ele notasse que o tempo havia passado.        
Despertou após esse tempo e se enxugou. Lembrou que estava com sede e mais uma vez abriu a geladeira pegou uma cerveja, ligou a televisão e sentou-se.
Um programa passava na TV, mas nada tirava de sua mente a “coisa” que mudou o rumo da sua vida.
– Será que não tem jeito? – Pensava Zé já com certo intervalo, pois sonolento pelo cansaço do dia e da “coisa” que lhe assombrava.
Vencia o sono. Foi se ajeitando no sofá, com aquele olhar de quem olha, mas não vê nada. Num segundo dormiu. 

 G.O Regis